2013.
Saudade é lembrar e querer viver de novo?
É lembrar e sentir borbulhas no peito, quase uma cócega?
Às vezes, no ontem, foi ruim, nem tão mágico e "uau, que legal," mas no hoje fica tão especial. Parece que você amou mais lá no passado, aí percebe, no presente, que nem amou tanto assim.
Agora, você olha, e, "caramba," eu vivi mesmo aquelas paradas todas, essas paradas, tantas paradas... risos nervosos.
Um dia eu fui pequena.
Um dia eu fui criança.
Lembrança mexe comigo.
Cutuca lá dentro do "imbigo," troço antigo...
Entendedores dirão "ai, isso é passado, você pensa muito no passado, o que passou passou," entre outras teses de quem entende tudo sobre o outro.
Eu direi "não fode, vai."
Tu dirás "que maluquice é essa?," e nós diremos "que saudades!"
Um domingo deitadas no colchão no chão (um hábito, a gente ama colchão no chão, as camas são todas novas, uns estrado bão, rapaz), mas o chão, ah, o chão, meu lugar, da onde eu vejo tudo...
Um domingo, deitadas no chão, ela disse:
— Amanhã já é segunda, não quero ir pra "escoda" — a língua ainda presa, pronta pra se soltar no mundo, jogar ideias por aí.
Hoje a gente briga bem. Socorro.
Terra e ar, não sei que bicho que dá.
Deve equilibrar... e equilibra porque ninguém cede, não, vai até no chão, nosso preferido lugar...
Domingo, nosso dia de chorar.
Dinorah
Sem formação acadêmica, Dinorah é o pseudônimo de alguém que vê histórias no cotidiano. Um clichê ambulante que passeia entre os assuntos alheios.
A ela, atraem as pequenas tragédias, prendem a atenção os relatos de caos.
Escrever é uma forma de documentar as alegrias e angústias. Uma forma de lembrar e acessar para além do que construiu por si mesma. Curiosa.
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